sexta-feira, 8 de agosto de 2008

O VAZIO EXISTENCIAL


O VAZIO EXISTENCIAL
Autor:Divaldo P. Franco.
Nesse processo de superação de primarismo, quando o Self adquire discernimento, se não houve um amadurecimento paulatino e cuidadoso, ocorrem, segundo Viktor Frankl, em seus estudos e aplicações logoteárapicos, dois fenômenos que respondem pelo vazio existencial: a perda de alguns instintos animais, básicos, que lhe davam segurança, e o desaparecimento das tradições que se diluem, e antes eram-lhe paradigmas de equilíbrio.
Diante disso, o ondivíduo é obrigado a escolher, com discernimento para eleger, dando surgimento a outro tipo de instinto de sobrevivência para prosseguir lutando. Sem uma decisão clara, torna-se instrumento dos outros, agindo conforme as demais pessoas, em atitude conformista, não reagindo aos impositivos do medo, perdendo-se, sem motivação, ou se deixa conduzir pelos interesses do grupo, atuando conforme o mesmo, que lhe impõe comportamentos agressivos, anulando o seu interesse e alterando o seu campo de ação.
Naturalmente perde contato com o Self para que sobreviva o ego, e assimilando o ar que é bem da época, assume os modismos e despersonaliza.
Nesse vazio que surge, por falta de motivação real para prosseguir, foge para o alcoolismo, para as drogas, para o sexo ou tomba em depressão...
Noutras vezes, para ocultar essa lacuna na emoção - o vazio existencial - refugia-se em comportamento impróprios, buscando o poder, a glória efêmera através dos quais chama a atenção, torna-se brilhante sob os focos de luz da fama, neurotizando-se.
Dá-se conta de que as complexas engrenagens do poder e da glória continuam permitindo o vazio interior - porque se satura com rapidez das novidades do exterior - percebe também que as compensações do prazer sexual são frustrantes quão ligeiras, produzindo um certo estado de amargura que parece inexplicável.
Mui comumente, surgem comentários no grupo social, a respeito de alguém que tem tudo - dinheiro, família, beleza, inteligência, poder - e, no entanto, parece não ser feliz.
Sucede que esse tudo não preenche o vazio, faltando o sentido da vida, seu significado, sua razão de ser.
A tensão de novas buscas e saturação que decorre do conseguir, resultam em transtorno neurótico.
Com o tempo disponível e falta de objetivo, a única saída emocional é o mergulho na depressão. Essa ocorrência é comum nas pessoas atuantes que param de agir abruptamente, por enfermidades, por aposentadoria, pelos feriados e períodos de férias, que lhes abrem as feridas existenciais do vazio.
A psicoterapia unida à logoterapia amenizam a situação, propondo um sentido natural à existência, objetivos duradouros, que exigem esforço, embora sejam compreensíveis as recaídas até a fixação dos novos valores.
Autor:Joanna de Ângelis/Divaldo P.Franco. Do Livro Amor Ímbativel- Alvorada Editora-1988, págs,99.100 e 101.Todods os Direitos Reservados.
Foto:www.nena.com.br/Todos os Direitos Reservados.
LISON.F.R.C.

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